Saúde

Novembro Azul: Especialistas Discutem a Importância do Rastreamento do Câncer de Próstata

Novembro Azul: Especialistas Discutem a Importância do Rastreamento do Câncer de Próstata

Em meio ao Novembro Azul, a conscientização sobre o câncer de próstata ganha destaque, reacendendo debates essenciais sobre a necessidade e eficácia do rastreamento desta doença. Recentemente, o renomado urologista Dr. Daniel Hampl abordou o tema, enfatizando a complexidade e urgência da situação.

O câncer de próstata é a segunda maior causa de morte por câncer entre homens no Brasil, com estimativas alarmantes de 44 óbitos diários. A natureza silenciosa da doença torna o diagnóstico precoce desafiador, já que os sintomas geralmente surgem apenas em estágios avançados. O rastreamento, que inclui o exame de sangue PSA e o toque retal, enfrenta críticas devido às suas limitações e potenciais falsos positivos, levando a uma ansiedade desnecessária e procedimentos invasivos como biópsias.

Apesar destas incertezas, especialistas como Dr. Hampl defendem a relevância da discussão acerca do rastreamento e reiteram a importância de considerar os avanços tecnológicos não apenas nos exames de imagem, mas também nas formas de tratamento do paciente com câncer de próstata.

Novas técnicas de diagnóstico, como biópsias fusionadas com ressonância magnética e avanços em tratamentos não cirúrgicos, estão sendo exploradas para melhorar a precisão do diagnóstico e a eficácia do tratamento. Estas inovações prometem minimizar os riscos de efeitos colaterais graves, como impotência e incontinência urinária, comumente associados ao tratamento do câncer de próstata.

Uma nota técnica do Ministério da Saúde de 2023, o Brasil se alinha com alguns países que não recomendam a realização do rastreamento na população. No entanto, é na fase inicial, antes mesmo que os sintomas apareçam, que há maior chances de cura da doença. 

Portanto, Dr. Hampl ressalta as potências consequências à saúde masculina em meio uma narrativa de abandono do PSA e do exame do toque já que são esses os exames disponíveis para auxiliar um diagnóstico precoce de uma doença maligna que só apresenta seus sintomas em fases mais avançadas, quando o sucesso do tratamento é muito menor. 

A cor da pele também é um ponto crítico na discussão sobre o rastreamento do câncer de próstata. Homens negros têm um risco maior de desenvolver a doença e, quando desenvolvem, são mais comuns os subtipos mais agressivos. Isso destaca a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e consciente nas políticas de saúde pública voltada para o perfil da população brasileira. 

Dr. Hampl ressalta ainda que, para muitos homens, especialmente aqueles com maior dificuldade de acesso ao sistema de saúde, o exame de próstata pode ser o principal (por vezes o único) ponto de entrada para o cuidado da saúde, permitindo diagnósticos importantes de outras condições, como diabetes e hipertensão.

Em conclusão, a discussão sobre o rastreamento do câncer de próstata é complexa e multifacetada. Enquanto especialistas, como Dr. Hampl, buscam melhorar as técnicas de diagnóstico, classificação de risco e tratamento, a conscientização e o acesso à informação continuam sendo fundamentais na luta contra esta doença. A decisão sobre a realização do rastreamento deve ser feita em conjunto com um profissional de saúde qualificado, considerando os riscos e benefícios individuais.

Daniel Hampl é urologista, cirurgião robótico certificado pela Intuitive Surgical – DaVinci Surgery®, Especialista em tratamento de câncer urológico. Acompanhe o blog do Doutor e o seu canal do youtube e fique atualizado com novas informações.