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Como as redes sociais mudam as eleições em todo o mundo

Como as redes sociais mudam as eleições em todo o mundo
Divulgação

Um olhar sobre como a polarização política se intensificou em 2023, impulsionada pelo aumento das
redes sociais e pela disseminação de desinformação, e como isso está afetando o processo eleitoral

e a democracia globalmente.

As eleições são o coração da democracia. Em todo o mundo, os eleitores se reúnem em urnas para escolher seus líderes e representantes. Mas, nos últimos anos, o cenário eleitoral tem sido cada vez mais influenciado pela polarização política e pelas redes sociais. 

Uma pesquisa feita pelo Instituto DataSenado avaliou a opinião dos brasileiros, sobre o que aponta a influência crescente das redes sociais como fonte de informação para o eleitor. Alguns dos principais temas sociais em debate no país após o último ciclo eleitoral. 

A pesquisa avaliou a opinião dos brasileiros sobre democracia, atuação do Senado Federal, critérios de escolha de senadores, maiores preocupações dos brasileiros, nível de endividamento da população, impactos das desavenças políticas, meios de informação sobre política, ativismo digital e fake news.

Os resultados indicam que os brasileiros acreditam que os conteúdos nas redes sociais têm grande influência sobre a opinião das pessoas. Cerca de 80% dos participantes do levantamento compartilham essa percepção. Mas o percentual varia conforme a escolaridade: é de 76% entre cidadãos, com ensino fundamental e chega a 90% entre os que têm escolaridade superior.

Influência das redes sociais na política

As redes sociais tornaram-se uma parte integral da vida política em muitos países. Plataformas como o Twitter, Facebook e Instagram permitem que os políticos se comuniquem diretamente com os eleitores, criando um canal de comunicação sem precedentes. No entanto, as redes sociais também têm um lado sombrio. 

A desinformação e a propaganda são disseminadas facilmente através dessas plataformas, e os algoritmos das redes sociais podem aumentar a polarização ao mostrar conteúdo que apela às emoções dos usuários.

Um exemplo disso é a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos, em que a Rússia supostamente usou redes sociais para influenciar o resultado das eleições. A desinformação e as notícias falsas foram amplamente divulgadas nas redes sociais, criando um clima de divisão e desconfiança.

Para o jornalista e CEO da Micheletto Comunicação, Eduardo Micheletto, “A cada nova eleição, vemos as redes sociais ganhando mais força e influência no debate político. É um caminho sem volta. O digital já é uma das principais fontes de informação para o eleitor e o principal meio de comunicação de líderes políticos e candidatos. 

Para falarmos sobre esse fenômeno, precisamos voltar em 2008, ano em que Barack Obama revolucionou a campanha política com a internet. No Brasil, vimos a expansão da influência das redes sociais na política em 2014. 

A partir daí a internet não só ganhou mais força, como virou um dos principais canais para falar sobre política e para fazer campanha política, como vimos nas eleições de 2018, com a vitória do Bolsonaro. De acordo com uma pesquisa do Instituto Datasenado, 45% dos entrevistados afirmaram ter decidido seu voto com base em informações vistas em redes sociais, e esse número é muito relevante”, finaliza.

Crescente polarização política

A polarização política é um fenômeno em que as pessoas são divididas em dois extremos ideológicos, com pouca ou nenhuma área de compromisso entre eles. Essa polarização pode ser alimentada por uma série de fatores, incluindo diferenças culturais, econômicas e sociais, bem como a influência das redes sociais. 

A polarização política pode levar a um clima de raiva e divisão, o que pode ser prejudicial para a democracia. Isso pode criar um ambiente em que as pessoas se sintam mais dispostas a aceitar o comportamento antiético ou antidemocrático, como a corrupção ou a violação dos direitos humanos, se isso for visto como uma forma de proteger os interesses de seu grupo.

Mas um problema que tem recebido menos atenção é o papel dos empréstimos eleitorais nesse cenário. Em muitos países, os partidos políticos e candidatos dependem de empréstimos para financiar suas campanhas eleitorais. No entanto, o aumento da polarização política leva a um aumento no uso de empréstimos eleitorais, o que pode ameaçar a transparência e a equidade das eleições.

Cobertura das eleições em diferentes partes do mundo

Em diferentes partes do mundo, a cobertura da mídia das eleições pode variar significativamente. A mídia é amplamente controlada pelo Estado, em alguns lugares, o que pode levar a uma cobertura tendenciosa e a uma falta de diversidade de opiniões. Por outro lado, ela pode ser amplamente independente, mas pode ser influenciada por interesses políticos ou empresariais.

A cobertura das eleições também pode variar em termos de transparência e acessibilidade. Em alguns países, a contagem de votos é transparente e as informações são prontamente disponíveis ao público. Em outros países, a contagem de votos é menos transparente e pode haver suspeita de fraude.

Esses dados destacam a complexidade do problema da influência das redes sociais na política e da polarização política.

De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, em 2020, cerca de 55% dos adultos nos Estados Unidos usam as redes sociais como fonte de notícias. Entre os usuários de redes sociais, 30% disseram que frequentemente ou às vezes compartilham notícias políticas.

Um estudo realizado pela Universidade de Oxford analisou as eleições em 28 países e descobriu que a desinformação online foi um problema em todas as eleições. O estudo descobriu que o uso de bots e contas falsas nas redes sociais para espalhar desinformação aumentou em relação às eleições anteriores.

A polarização política nos Estados Unidos tem aumentado nas últimas décadas. Em 1994, 64% dos eleitores identificaram-se como moderados ou conservadores. Em 2017, esse número caiu para 54%. Além disso, a percentagem de eleitores que se identificam como liberais aumentou de 25% em 1994 para 36% em 2017.

Em 2019, a Comissão Europeia divulgou um relatório que destacou a crescente polarização política na União Europeia. O relatório observou que a polarização política aumentou em muitos Estados-membros, incluindo França, Alemanha, Itália, Polônia e Espanha.

A pesquisa também sugere que as redes sociais podem aumentar a polarização política. Um estudo realizado pela Universidade de Nova York descobriu que a exposição a opiniões políticas divergentes nas redes sociais leva a uma polarização mais extrema. 

As eleições são a pedra angular da democracia, mas as mudanças tecnológicas e sociais dos últimos anos estão transformando como essas eleições são conduzidas e cobertas. A influência das redes sociais e a polarização política são dois dos principais desafios enfrentados pelas democracias modernas em todo o mundo. 

Para enfrentar os desafios colocados pela influência das redes sociais na política e pela polarização política, é necessário tomar medidas em várias frentes. Em relação às redes sociais, é importante desenvolver mecanismos de controle e transparência para evitar a disseminação de desinformação e propaganda. 

Isso pode incluir a verificação de fatos e a promoção de conteúdo confiável e de qualidade. Em relação à polarização política, é importante promover o diálogo e a compreensão entre grupos ideológicos diferentes. Isso pode incluir a criação de espaços para discussão e debate e o incentivo à formação de opinião.


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