Saúde

A importância de uma boa nutrição na recuperação da síndrome pós-covid

A importância de uma boa nutrição na recuperação da síndrome pós-covid
imagem: Divulgação

Neste artigo iremos falar da importância e o que priorizar em uma boa nutrição na recuperação da síndrome pós-covid.

A Síndrome do Pós-Covid, também conhecida como Covid longa, pode afetar metade dos pacientes infectados com SARS-CoV-2. As queixas dos pacientes incluem fadiga, tosse e dificuldade para respirar. Os transtornos da mente também são citados.

O que é a síndrome pós-Covid ou Covid longa?

A Síndrome Pós-Covid é o termo escolhido ​​para definir sintomas e sinais persistentes ou que se desenvolveram após os pacientes serem infectados pelo vírus Sars-CoV-2. Ainda não se tem uma resposta da ciência sobre o por que algumas pessoas continuam a sofrer efeitos como fadiga e dores de cabeça, mesmo depois de obterem a cura da infecção.

Existem pessoas que continuam sofrendo com as sequelas por semanas, meses e até mesmo aquelas que lutam com efeitos permanentes da doença., Mesmo após o ciclo da Covid-19 ter terminado no organismo, um período que leva em torno de dez dias,

Com a necessidade de reabilitação sendo mais nítida em pacientes que sofreram formas graves da doença, mesmo assim, podem ocorrer sintomas persistentes, mesmo que leves e moderados, necessitando de ajuda médica para voltarem à rotina.

Estudo feito pela Fiocruz Minas sobre os sintomas pós-covid

Um estudo realizado pela Fiocruz Minas e publicado em maio na revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene constatou que a metade dos diagnosticados com Covid-19 apresentavam sintomas pós-infecção da Covid. Os pesquisadores acompanharam 646 pacientes com idades entre 18 e 91 anos por 14 meses e encontraram mais de 20 sintomas recorrentes.

Com mais de 21 milhões de pessoas curadas da Covid-19 no Brasil até agora, devemos ficar atentos à uma possível epidemia mais disfarçada e silenciosa, a “Síndrome Pós-Covid.” 

Até 80% dos pacientes recuperados, apresentam pelo menos um sintoma dentro de quatro meses após o término da infecção, dizem estudos.Já nos casos mais graves da doença, aquelas que exigiram internação e cuidados intensivos, tem uma tendência de afetar mais o corpo a longo prazo e podem deixar marcas duradouras.

Quais são os Sintomas da Síndrome pós-covid e os fatores de risco?

Relato de mais de 35% dos pacientes atendidos pela Fiocruz Minas afirmam que a fadiga está em primeiro lugar nas queixas. A fadiga extrema tem um impacto direto na vida cotidiana dos pacientes, pois dificulta a conclusão das tarefas diárias. Outros sintomas observados foram tosse persistente, dificuldade para respirar, perda do olfato ou paladar e dores musculares.

Mas vamos enumerar as principais manifestações do pós-Covid relatados até agora:

  • Depressão e ansiedade;
  • Dificuldades de linguagem, raciocínio e memória;
  • Dores de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Dor no peito;
  • Fadiga;
  • Falta de ar;
  • Palpitações;
  • Perda de paladar e olfato (temporária ou duradoura);
  • Queda de cabelo;
  • Tontura.

Como já foi mencionado, as sequelas se manifestam em formas graves, bem como em condições moderadas e leves, geralmente após a fase aguda da infecção por Covid-19. Mesmo em pacientes assintomáticos ocorreu o desenvolvimento do problema. O estudo da Fiocruz também descobriu que as pessoas mais velhas tendem a ter sintomas do pós-Covid-19 mais graves e por mais tempo.

Comorbidades que podem levar a uma infecção aguda mais grave e aumentar as chances de Covid longa

A Fiocruz Minas apresentou sete comorbidades que podem levar a uma infecção aguda mais grave e aumentar as chances de Covid longa. São elas:

– Hipertensão arterial crônica;

– Diabetes;

– Cardiopatias;

– Câncer;

– Doença pulmonar obstrutiva crônica;

– Doença renal crônica;

– Tabagismo;

– Alcoolismo.

A importância de uma boa nutrição na recuperação da síndrome pós-covid
imagem: Canva

E o que alimentar-se de forma adequada pode contribuir para a recuperação do paciente?

Segundo a Nutricionista clínica, Dra Daniela Maria de Paula Ramalho, “quando falamos em síndrome pós-covid, há um conjunto de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas acontecendo. A inflamação aumentada pela persistência da proteína Spike no organismo (mais especificamente na parede dos vasos sanguíneos), pode levar a algumas situações metabólicas, tais como: disfunção endotelial, mobilização de gorduras, resistência insulínica, hiperglicemia e aumento do estresse oxidativo”, diz a Dra.

“Por conta desse quadro, a adoção de um padrão alimentar anti-inflamatório é essencial. A escolha da quantidade e qualidade dos macronutrientes (proteína, carboidratos e lipídeos) pode fazer muita diferença na resposta ao tratamento. Aumentar a oferta de micronutrientes e compostos bioativos anti-inflamatórios também é fundamental para controle dessas alterações metabólicas,” revela Daniela.

E o que a Dra indica no uso da boa alimentação para tratar o pós-covid?

1) Diminuir o consumo dos Carboidratos de alto índice glicêmico, pois pioram a inflamação (evitar carboidratos processados e refinados, como biscoitos, macarrão, pães, etc). E dar prioridade aos carboidratos de fonte natural, como leguminosas, tubérculos combinados com saladas cruas, frutas combinadas com oleaginosas ou sementes.


2) Proteínas: são essenciais no pós-covid, uma vez que a maioria dos pacientes apresentam diminuição da massa muscular por causa do estresse metabólico, da disfunção imunológica,  fadiga, diminuição da função mitocondrial, etc. Boas fontes de proteínas são: carnes em geral (preferencialmente, as carnes brancas), ovos, whey protein hidrolisado e isolado, aminoácidos e creatina.

3) Gorduras: Evitar as gorduras trans (encontradas em grande parte dos alimentos industrializados) e o excesso das gorduras saturadas (presentes nas gorduras animais).

Já as Gorduras poli-insaturadas (principalmente EPA e DHA dos óleos de peixe) e monoinsaturadas (presentes no azeite de oliva, oleaginosas, abacate, sementes), são as mais indicadas, pois são tipos de gorduras que auxiliam na diminuição do processo inflamatório.


4) Micronutrientes: vitaminas e minerais (Vitamina A, complexo B, vitamina C, vitamina D, vitamina E, vitamina K₂, zinco, selênio, magnésio, etc), são fundamentais e estão presentes em uma alimentação que tenha como base alimentos mais naturais. A escolha por alimentos orgânicos (sem agrotóxicos), é ainda mais positiva, pois o nível de compostos bioativos é maior nesses alimentos quando comparados aos convencionais.

Todo conteúdo aqui apresentado teve a pesquisa como base em sites como: Longhaulbrasil e Fiocruz, mas não substitui o acompanhamento do seu médico de confiança. E a dieta ideal, necessita de avaliação e condução, principalmente pelo nutricionista.