A série documental “Neymar – O Caos Perfeito” estreou na Netflix nessa última terça-feira (25/01). Ela é dividida em três episódios, com duração de mais de 50 minutos, que acompanham o início da carreira do jogador, até seu atual momento. É uma história em andamento, mas que já teve vários capítulos interessantes de assistir.
Sobre sua carreira por clubes:
Quando surgiu no Santos, Neymar foi tratado como uma jóia, nunca teve questionamento do clube quanto a isso. Ele começou a jogar profissionalmente muito novo, e desde então foi uma figura forte na mídia, com seu estilo e cortes de cabelos que viravam tendências. Dentro de campo, era um espetáculo garantido. Tenho convicção que vai demorar para vermos novamente um único jogador capaz de fazer diversos torcedores acompanharem um determinado clube brasileiro. Isso poucos conseguem fazer ao redor do mundo. Além disso, jogou durante um bom tempo por aqui, e conquistou títulos importantes pelo clube que o revelou. Isso será cada vez mais raro com o avanço do mercado europeu em jovens das categorias de base.
Gostei da maneira como foi tratada sua chegada no Barcelona. Ficou clara a dificuldade inicial na adaptação, o que prova mais uma vez que nem sempre talento é o suficiente para ir bem na Europa na primeira temporada. Temos que ter paciência, mudar essa cultura de imediatismo.
Confirma que o craque argentino Lionel Messi foi muito importante para sua evolução, e reconquista da confiança. O que os dois fizeram juntos ao lado de Luis Suarez no clube catalão, foi lindo de rever. Em especial, o título da Champions League de 2015, e a histórica virada contra o PSG em 2017. O brasileiro teve um desempenho especular nas duas ocasiões.
Sua saída para o PSG até hoje intriga alguns fãs e torcedores ao redor do mundo. Ney foi a contratação mais cara da história do futebol e chegou em Paris por um objetivo bem claro da direção: ser campeão da Champions League pela primeira vez na história do clube.
Se tem uma palavra que pode definir a relação dos torcedores franceses com seu camisa 10 é instabilidade. Por muitas vezes já tiveram atritos, inclusive foi mostrado as vaias dentro do Parque dos Príncipes quando tiveram rumores de um desejo dele de voltar ao Barcelona. E foi criticado por ausências importantes por conta de lesões, essas que o acompanham nas últimas temporadas. Mas quando é decisivo e participativo, é elogiado e exaltado como merece.
Na penúltima temporada, o PSG chegou muito próximo de tocar na tão desejada taça. Em uma campanha memorável, acabou perdendo para o Bayern de Munique, do craque Lewadowski, na final. A foto que mais repercutiu na época foi o choro de Neymar, esse que recentemente renovou com o clube francês até 2025, e agora tem a companhia de Messi para buscar esse título. Tomara que consiga!
Pela Seleção Brasileira:
Ficou muito claro que o maior desejo pessoal de Neymar não é a Bola de Ouro, e sim ser campeão da Copa do Mundo. Ele já disputou duas. A primeira foi a de 2014, aqui no Brasil, onde infelizmente aconteceu o acidente que conhecemos. O lateral-direito colombiano Camilo Zúñiga acertou o joelho direito nas costas de Neymar, causou uma lesão na terceira vértebra do craque brasileiro e o tirou da competição nas quartas de final.
No jogo seguinte, na semifinal contra a Alemanha, o Brasil sem seu principal jogador, perdeu por 7 a 1 no Mineirão. Sem dúvidas a derrota mais humilhante da história do nosso país em Copas do Mundo.
Em 2018 comandado pelo Tite, na Rússia, virou meme por sofrer muitas faltas e ficar no chão. Por aqui, era chamado de “cai cai” pela imprensa e “haters”. Ao redor do mundo as críticas eram parecidas. O Brasil foi eliminado pela Bélgica, de Lukaku, Hazard e De Bruyne, nas quartas de final. Derrota que até hoje dói, devido as oportunidades de gol que desperdiçamos ao longo da partida.
A torcida agora é para que a Copa do Catar, nesse ano, que deve ser sua última, resulte na nossa sexta estrela. E que o craque seja eleito o melhor jogador do mundo pela primeira vez. Confesso que quero ver uma parte dois da série com essas conquistas.
Comentários finais:
Não acho que a série mude a opinião daqueles que o odeiam, porém fideliza os fãs e simpatizantes. Além disso expõe para o público o relacionamento com seu pai, principal gestor de sua carreira. Um documentário para mais uma vez reforçar quem é o jogador, entender algumas decepções dentro de campo e humanizar o personagem que mais gera comentários nesse país. Pasmem, atletas de alto nível também são seres humanos com falhas, limitações e sentimentos. Você conclui isso quando acompanha a vida pessoal do atleta ao longo dos episódios. Recomendo que assistam.