Lançamentos recentes sacudiram o mercado, que pode mudar de rumo nos próximos anos
São poucos os setores da economia mundial que se movimentam com tamanha facilidade como o dos dispositivos móveis, sobretudo tablets e celulares. Em um mundo cada vez mais conectado, onde as opções são cada vez maiores, a necessidade em inovar e criar funcionalidades mais modernas é sempre buscada por empresas e fabricantes. Em alguns casos, essa busca incorre em utilizar estratégias do passado, mas com uma roupagem diferente.
Esse é o caso dos tablets e celulares dobráveis. Lançado recentemente, o tablet samsung a7 é tido como algo totalmente revolucionário e que pode a indústria. A Samsung foi uma das primeiras empresas a ser pioneira na categoria de tablets e, nos últimos dois anos, a empresa sul-coreana também lançou displays dobráveis em sua linha premium. As movimentações da empresa indicam que ela quer liderar um processo de renovação no setor, envolvendo design e tecnologias diversas.
Imagens vazadas recentemente indicam que a empresa vai seguir investindo em tablets e smartphones com flip. Os dispositivos incluem tela rolável, com uma funcionalidade para tablets ou até mesmo laptops, e uma tela com três dobras que pode funcionar tanto como um tablet quanto como um smartphone. A tela pode ser dobrada em dois lugares para formar um smartphone de aparência mais convencional, ainda que o display tenha aspecto futurista.
Além da Samsung, outras empresas também estão desenvolvendo produtos que se aproximam dessa realidade. A LG tem a TV OLED, por exemplo, com sua funcionalidade que se transforma em uma caixa compacta quando não está em uso. Esta tecnologia de tela pode ser facilmente usada em um formato menor.
Outras companhias mundo afora também estão investindo nesse mercado. A Huawei tem o Mate X2, a Xiaomi desenvolveu o Mi Mix Fold e a Microsoft criou o igualmente inovador Surface Duo. Eles atuam de maneira similar ao Galaxy Z Flip, da Samsung, e o icônico Razr, da Motorola. Há ainda o conceito X ‘rollable’ da Oppo, que faz parte dos dispositivos de três dobras.
Muitos desses telefones têm ótimos benefícios: a capacidade de verificar notificações usando a tela pequena do Motorola Razr, por exemplo, é ótima, embora com recursos limitados em comparação com o modo de tela inteira. Embora seja difícil abrir com uma mão, o snap ao fechá-la após uma chamada também é um diferencial. Também não deve ser subestimado que ter uma tela de 6,2 polegadas inteira dobrada em um corpo de 10 cm x 7 cm x 2 cm é conveniente
O Huawei Mate X2, por sua vez, é um bom dispositivo para ler e assistir conteúdos em plataformas de streaming, com carregamento de texto e vídeo de boa qualidade. Seu hardware possui uma série de opções de decisões de design, tornando-o inclusive mais fácil para ser manejado em uma das mãos.
Apesar de todas essas novidades, os smartphones e tablets dobráveis ainda encontram certa resistência por parte dos consumidores. As razões, avaliam especialistas no setor, têm a ver com questões tecnológicas e culturais.
Há uma certa resistência com o sistema operacional Android, e o Google parece não ter a intenção de melhorá-lo para a utilização em tablets. Os iPads da Apple, ainda que melhores desenvolvidos, ainda não rendem o esperado, inclusive comercialmente. Ainda assim, outras empresas se espelham na gigante para melhorar seus produtos.
“O Google ainda tem um longo caminho a percorrer para chegar onde a Apple está com o iPad em termos de experiência de tablet”, disse Anshel Sag, analista da Moor Insights & Strategy ao site The Independent , “e simplesmente não há muitos concorrentes contra o iPad”, complementou o analista.
Há outro problema, relacionado à forma. Atualmente, existem dois modelos principais: flip e fold. Mas isso pode mudar no futuro. As marcas tendem a “experimentar” novos designs, disse Neil Shah, da Counterpoint Research, também ao The Independent. O especialista não sabe, no entanto, quando isso poderá acontecer de forma recorrente e acessível ao público.
Todas essas variáveis estão influenciando o desenvolvimento e aprimoramento de tablets e smartphones dobráveis. Resta saber se o esforço encontrará um mercado consumidor ativo. Além disso, também fica a dúvida se essas modificações vão contribuir para o surgimento de aparelhos realmente inovadores. Só o tempo dirá.